quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vergna: atitude na veia



Em junho, conversei com a Gi e o Yudi, vocalista e baterista respectivamente, da Banda Vergna. Além deles, Will (baixo) e David (guitarra) completam o grupo.
Neste dia, fizeram uma apresentação no Espaço Volume 10, ao lado de Moskolevô e João Carllos. Atualmente, dedicam-se aos ensaios e composições de novas músicas.
E falando nisso, eles têm um EP (lançado em 2008), vídeo-clipe institulado "aquela menina" (2009), além de fazerem parte de uma coletânea de Hard Core (HC para os íntimos) de bandas da Zona Leste de São Paulo.
Muito felizes pelo clipe, Gi contou como nasceu a música. Disse que, um dia ao ir ao médico, viu no vagão do metrô entrar uma senhora, aparentemente com 50 anos, com uma criança de 5 anos. Enquanto falava, a menina observava algum passageiro e ia até a direção dele e o abraçava. Ela transportou tudo isto para uma composição, onde critica a exploração infantil, tão comum em noticiários e em nosso cotidiano.
Na mesma vibe, Yudi contou sobre o roteiro. Para idealizar o clipe, teve como recursos a aulas de teatro que frequentou há pouco tempo. Assim, pode implementar uma dinâmica bem legal no trabalho.
Estão na estrada desde 2006, sempre com a mesma formação. Yudi mostrou toda a união do grupo, quando disse que "se sair alguém, acaba". Isso é muito bacana, pois me mostraram que, entre eles, a música é um retrato da união e convivência, muito acima do material. E para ter certeza do que digo, em outro momento, Gi afirmou que "toca por que gosta, sem muita pretensão para fama", e completou ao dizer que "tenho coisas para dizer e escrevo para as pessoas de identificarem e quando isso acontece, me sinto bem".
Não duvide disso, uma vez que a amizade dos integrantes nasceu na Comunidade da Cidade Tiradentes, onde postavam geralmente as mesmos ponto de vistas, sempre acrescentando reflexões ao restante.
Para aqueles que insistem em rótulos, têm estilo rock, com influências que vão do heavy metal ao pop. "Não parece com nada, sem comparação", disse Gi. Quando perguntei sobre este assunto, disse-me que "ajuda, mas não estamos preocupados com rótulos, mas com as mensagens. Isso é nossa identidade".
Alguns os comparam com Pitty ou Luxúria, muitas vezes por terem uma vocalista, fato não tão frequente no rock. Neste ponto, "mulher no rock é recente. Está crescendo o número de vocalistas, ainda com medo, mas há muitas observadoras", segundo Gi.
E não é somente o fato de terem uma vocalista que difere o Vergna, mas também a utilização de pedal duplo, que insere agressividade, além de trabalharem com uma voz limpa, sem gutural.
E encerro o texto com a palavras da Gi, que resume a atitude do Verga: "Preparem seus ouvidos, nós vamos incomodar muito".
Grande abraço e até mais!
Lucio Padrini