A banda é formada por Abner (voz/guitarra), Guilherme (voz/ guitarra), Júlio (baixo) e Fábio (bateria). Abner disse que o nome significa “forma”, mas não só no sentido interior como exterior de todos, ou seja, qual formato você assume. E o fazem de forma ímpar: não se apresentam em traje social; Fábio tem piercing e tatuagem; não pertencem à mesma igreja evangélica, etc. Nesta questão, Abner disse que os evangélicos não têm mais esta visão, pelo contrário, as pessoas fora do meio religioso é que se estranham com isto. A idéia da banda teve início há apenas três anos com Abner e Fábio, depois entrou o Guilherme, houve alguns músicos até a entrada do Júlio, há seis meses, formando assim o início oficial.
Quanto ao estilo, Abner disse também que desde o início há um cuidado para não se auto-rotular, pois a banda está no gênero gospel pelo que começaram e continuam ouvindo, além dos princípios religiosos. Guilherme disse que costuma falar que eles são uma “banda” e não uma “banda gospel”, pois prefere que outros os ouçam e rotulem que a si mesmos.
Nesta questão, Abner citou Mário de Andrade ao dizer que “as pessoas estão acostumadas a falar do rótulo, e não do conteúdo”, e completou com grande excelência ao dizer que os rótulos podem sofrer segregação, e que ele ouve Rosa de Saron (católica), Shelter (Hare Krishna), mas também Paralamas do Sucesso, Led Zeppelin e Foo Fighters, não importando seu estilo, desde que tenha qualidade.
O Morfose tem composições escritas por Abner, Fábio e Guilherme. Eles estão em processo de criação, procurando um estilo próprio, segundo Júlio, e que já avançaram muito neste campo. Em suas letras, apenas ouvi-las não há como separa se gospel ou não, e em suas músicas levam em consideração a integridade e princípios. Johnny questionou sobre a possibilidade de fazer canções que usem o amor entre humanos e não entre humanos-Deus, que é um dos temas neste gênero, Abner disse que existem muitas composições nesta linha, e até brinca quando disse “... gospel também ama ...”.
Abner acredita que com a entrada do Júlio na banda, ela teve um novo rumo, e está começando a ouvir e conhecer música gospel. Mas isto é apenas adaptação quanto ao estilo, isto fica bem claro quando Guilherme, questionado sobre a sonoridade da banda, disse que “... não existe dó evangélico, ou dó secular, dó é dó. Se vai ser evangélico ou secular, depende de quem está ouvindo...”. Além disso, Júlio é guitarrista, mais uma dificuldade, na realidade um aprendizado, pois como guitarrista, há uma percepção maior no bumbo, por exemplo, e não na bateria como um todo, o que é feito pelo baixista, pois tem que estar sempre em sincronismo com o baterista.
Ao tocarmos sobre mercado, Guilherme acredita que o mercado gospel está um pouco “perdido” quanto ao pop rock, quando disse que estão reaparecendo bandas antigas como Resgate e Oficina G3 (estas são percussoras da popularização do gênero gospel no Brasil, no início dos anos 90). Afirmou também que, atualmente, o gênero Black Music está muito em alta, e informou que o mercado gospel acompanha o mercado de música secular (termo que referencia músicas sem temática religiosa), mas também percebeu uma pequena queda no número de bandas neste estilo atualmente, reforçando que não há diferença de estilos entre os públicos. Atribui, como um dos fatores para esta queda, uma maior tendência ao louvor.
E em falar em público, pelo menos para mim foi uma surpresa quando o Guilherme nos disse que há um bar evangélico, onde se apresentam bandas, mas ressalta que o custo é um pouco alto, devido ao número pequeno de espaços para este tipo de balada e apresentação. Questionei sobre como é estar nesta linha que separa o gospel do secular, uma vez que, aparentemente, o ouvinte sempre opta por um dos lados, Guilherme disse que não se sente neste “meio-termo”, pois além deles, conhece muitas pessoas que também ouvem música sem distinção, e cita o cantor João Alexandre, que até pouco tempo, cantava na noite, como profissional. Júlio foi incisivo ao dizer “... como eles me aceitaram eu vindo de fora, as pessoas de fora também deveriam aceitar a eles...”, mostrando que não deve haver preconceito quanto a isto, e Abner atribui um pouco deste preconceito ao rótulo.
Quanto aos objetivos comerciais, no início não havia esta idéia, apenas tocar e não ter pressa ou forçar que isto aconteça. Eu até usei o termo “descompromisso com agenda”, o qual Júlio me corrigiu dizendo que “são passos seguros”, aprendendo a fazer tudo sem “atropelar” nenhuma fase, como exemplo, primeiro refazer os arranjos das músicas, depois a divulgação pela internet, etc. Como Guilherme disse: “... a banda também é diversão...”, para se referir ao prazer de tocar, e não apenas uma obrigação. Abner também definiu bem ao dizer que “...tudo é sério, mas a gente está sempre brincando.”
A amizade e proximidade que foram se tornando mais fortes neste tempo, fortaleceu-os como banda, músicos e pessoa. E, como trabalho do Espaço Volume 10 é a integração entre músicos e público, sem distinção, percebi que eles já carregam em si estes ideais e o fazem valer com naturalidade. Aliás, isso é um dos pontos fortes: deixar que o tempo leve, e parece que ele está muito a favor.
Parabéns ao MORFOSE pelo trabalho e ainda vamos ouvir falar muito deles!!
Lúcio Padrini
Para entrar em contato com a banda:
Contato: Guilherme - Tel.: (11) 8687-2879
E-mail: bandamorfose@hotmail.com
Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=8464952352281284135
2 comentários:
obrigado a equipe do espaço volume 10
pelo apoio e a entrevista ficou
otima parabens ficou muito bom mesmo
valeu abraços julio banda morfose
Opa eai pessoal da equipe...
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Valeu mesmo pela Oportunidade, a entrevista ficou Otima...
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um grande abr..
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